Quarta-feira de Cinzas: As cinzas do amor

Quarta-feira de Cinzas: As cinzas do amor
Neste início do Tempo Quaresmal, procuremos, mais ainda do que a mortificação corporal, aceitar o convite que a Liturgia sabiamente nos faz, combatendo o amor próprio com todas as nossas forças: “Procurai o mérito, procurai a causa, procurai a justiça; e vede se encontrais outra coisa que não seja a graça de Deus” (Santo Agostinho)
A liturgia da Quarta-Feira de Cinzas indica, assim, na conversão do coração a Deus, a dimensão fundamental do tempo quaresmal. Esta é a chamada muito sugestiva que nos vem do tradicional rito da imposição das cinzas, que daqui a pouco renovaremos e que assume um dúplice significado: o primeiro, relativo à mudança interior, à conversão e à penitência, enquanto o segundo recorda a precariedade da condição humana. É fácil compreender, através das duas fórmulas, diversas outras que acompanham o gesto.
Ao receber as cinzas sobre a cabeça, ouviremos mais uma vez, o convite à conversão que pode expressar-se numa fórmula dupla: “Convertei-vos e acreditai no evangelho”, ou: “Recorda-te que és pó e em pó te hás de tornar”.
Precisamente devido à riqueza dos símbolos e dos textos bíblicos, a Quarta-Feira de Cinzas é considerada a “porta” da Quaresma. “Convertei-vos a mim de todo o vosso coração com jejuns, com lágrimas, com gemidos”. (Joel 2,12). Amados irmãos e irmãs, temos quarenta dias para aprofundar esta extraordinária experiência espiritual!