Em nossa vida, diariamente, somos obrigados a tomar decisões que implicam em diversos riscos. Pode até não parecer, mas sim, a todo momento tomamos essas decisões. Quando vamos atravessar a rua, temos que analisar se o tempo de travessia é suficiente para chegarmos ao outro lado sem sermos atropelados. É um risco que corremos. Quando vamos contratar um empréstimo ou financiamento, devemos analisar o risco de não conseguirmos honrar com nossos compromissos. Nossa renda será compatível durante todo o período para pagamento das parcelas? E funciona assim também com crediários realizados em lojas, em pagamentos com cartão de crédito, e por aí vai.
E não seria diferente quando se trata de investimentos e do nosso futuro. A maioria da população deixa esse planejamento a cargo do governo. Porém, todos sabemos que o governo é extremamente ineficiente em gerir qualquer coisa, quem dirá o investimento do nosso futuro. A nossa querida previdência social, podendo ser conhecida também como pirâmide legalizada, trabalha de uma maneira insustentável a longo prazo. Isso é provado com os diversos déficits que ela vem apresentando.
Então, você acha sustentável e ideal depender apenas do INSS?
Espero que a resposta seja não.
Neste artigo não entraremos no mérito de renda do investidor, capacidade de poupança ou sua educação financeira. Entraremos apenas no mérito do risco de não investirmos em nosso futuro.
Temos duas desculpas muito comum no assunto investimento para aposentadoria. A primeira é referente a dificuldade de investir, do não conhecimento e entendimento do assunto. Menos de 1% da população brasileira investe no mercado de capitais. Isso demonstra como os brasileiros são leigos no assunto. Mas, isso pode e deve ser mudado. Atualmente, existem diversos conteúdos gratuitos na internet sobre o assunto, conteúdos, esses, que podem lhe transformar em um grande investidor. Outro ponto que anula essa primeira desculpa, é o fato de existirem profissionais no mercado que fazem esse trabalho por você! Do mesmo jeito que existe o pedreiro que constrói nossa casa, existem os assessores de investimentos, os analistas de investimentos, os gestores de fundos, as empresas de research e os consultores de investimento, que são especializados em te auxiliar a cuidar dos seus investimentos.
Mas e o custo desses serviços?
Normalmente irrisório. O assessor não vai te cobrar uma taxa mensal, ele vai receber uma comissão da corretora por produtos adquiridos por você. As empresas de research vão te cobrar uma mensalidade que gira em torno de R$ 30,00, para te dar recomendações de investimento. Esses exemplos mostram que não há necessidade de arcar com elevadas despesas de assessoramento.
Hoje, caso você prefira, basta investir mensalmente em fundos de previdência privada, onde os gestores tomarão todas as decisões de investimento por você. Sua única tarefa é mensalmente investir um valor “x” nesses fundos.
A segunda desculpa é referente a ter pouco dinheiro para investir. Novamente, sem entrar em mérito de renda ou capacidade de poupança, suponhamos que você disponha de R$ 50,00 por mês para investimentos, isso com a suposição que você já possua sua reserva de emergência, que é outro elevado risco, caso você não tenha. Com uma rentabilidade moderada de 7% a.a, e com crescimento anual dos aportes em 4% (reajuste de inflação), após 35 anos, você terá um saldo acumulado de R$ 141.835,63. Você acha um baixo valor para quem investiu R$ 50,00 por mês? Outro ponto interessante sobre esse valor: 31,83% foi o que você desembolsou (R$ 45.143,08). Os outros 68,17% (96.692,55) foram os juros ganhos durante todo o período. Creio que esse valor seja muito útil para viver a aposentadoria. E se aumentarmos para R$ 100,00 por mês esse investimento? O valor dobra para R$ 283.671,25. Você ainda acha que tem pouco dinheiro para investir?
Voltando a analisar o risco de não planejar sua aposentadoria, o governo te “garante” um recebimento mensal até sua morte, quando você vier a se aposentar. E caso aconteça de você precisar de um valor dez vezes maior que a sua aposentadoria mensal, o que o você fará? O governo não irá te adiantar esse valor. O máximo que acontecerá é você pode fazer uma consignação em folha de pagamento. Agora se analisarmos o investimento privado, e você recebe esse mesmo salário todo mês, mas surge a necessidade. O que você faz? Simplesmente solicita o resgate desse valor dos seus investimentos. Simples, não!?
Qual das duas rendas você acha mais arriscada? Com toda certeza você responderá a recebida do INSS. Um outro risco a ser analisado. Quando se aposentar? Novamente, esse é uma desculpa muito grave quando tratamos de aposentadoria ou liberdade financeira. “Ah, eu não vou investir, porque aos 60 anos estarei muito velho para aproveitar meu dinheiro, prefiro aproveitar enquanto tenho disposição.” Quando você depende apenas do INSS, quando você começará a receber o benefício? Provavelmente lá com 65 anos, ou mais. E na previdência privada? Você decide. “Agora decidi que irei me aposentar com 35 anos.” Você acha possível? Com toda certeza é, porém, você precisará realizar um planejamento previdenciário bem estruturado, elevar seus aportes mensais, e ser disciplinado para investir. Fazendo uma análise bem arrojada, com um gerenciamento de risco bem elaborado, você atinge esse resultado.
Vamos ao exemplo prático. Você deseja se aposentar daqui a 15 anos, recebendo uma renda mensal de R$ 5.000,00. Supondo que sua renda atual seja R$ 4.000,00, e que você seja disciplinado para nesse período poupar 50% do salário. Novamente, com crescimento anual dos aportes baseado na inflação, e uma rentabilidade arrojada de 10% a.a, ao final do período seu saldo acumulado será de R$ 1.014.417,39. Esse valor investido a uma rentabilidade mensal de 0,5% irá gerar um valor mensal de R$ 5.072,09, atingindo o valor planejado. Na previdência do INSS não é possível realizar esse planejamento.
Você quer uma carteira previdenciária com alta rentabilidade e risco controlado? Diversifique, invista em diversos ativos, ações, fundos imobiliários, fundos multimercados, fundos de ações, títulos públicos, entre outros. Estude, plante e colha os frutos no futuro. Você não deseja investir por conta própria por quaisquer motivos? Não tem problema, foque seus investimentos em fundos de investimento ou fundos de previdência. Os gestores farão o serviço por você. Mas não deixe de investir e planejar sua aposentadoria. Decida quando você deseja parar e ter mais liberdade de tempo. A escolha é sua. Se planeje para isso e se necessário conte com a ajuda profissional.
Por fim, com seu próprio planejamento e estudo, ou com a ajuda de um profissional, você minimiza os riscos dos seus investimentos, e deixa de depender do INSS em sua vida. Depender do INSS é um grande risco que você corre. Não corra esse risco, pense no seu futuro e de sua família.